“A enfermeira deve
saber-saber, saber-fazer, saber-ser e saber-conviver, no qual o afeto se
insere. A demonstração de afeto é identificada como sendo uma forma de
expressão do cuidado que envolve o amor, carinho e amizade, que são formas de
atenção para com o outro e para o que se faz”. São com essas palavras que as
enfermeiras Betina Bencke Marques e Simone Aparecida Ceconi, do Residencial
Geriátrico Praia dos Amores, explicam como são realizadas as suas tarefas.
Simone é formada há
15 anos e trabalha há quatro no residencial. Já Betinha formou-se em 2008 e
está há dois na enfermagem da casa. Ambas desenvolvem com carinho e paciência
suas funções, que vão desde coordenar, gerenciar e fazer o serviço de educação
continuada. “Cuidamos da higiene e conforto, alimentação e bem estar físico e
psíquico-social de cada idoso. Isso engloba medicação, conversação com a
família, acompanhamento na visita do médico. Na nossa profissão vivenciamos da
concepção até a morte”, esclarecem.
As profissionais
cuidam dos idosos que possuem diversas enfermidades, principalmente Alzheimer,
doença essa que compromete o cérebro e provoca esquecimento nos pacientes.
As enfermeiras
cumprem seis horas diárias de segunda a sexta-feira e 48 horas nos finais de
semana. De acordo com elas, é preciso ter o conhecimento cientifico, mas
principalmente o ‘dom de cuidar’. “Quem trabalha com gente tem que ser ‘gente’
e gostar de ‘gente’”, ressalta Betina. Simone enfatiza, justamente, que a
dificuldade é encontrar pessoas com ‘competência’ para trabalhar na área.
Ainda segundo elas,
“o cuidar não é uma tarefa ou uma relação fácil, é uma via de mão dupla, onde
um e o outro são continuamente desafiados ao ensino, à aprendizagem, à
negociação e ao diálogo conscientizado. São estes quesitos que trazem novas
perspectivas para a qualificação da vida”, lembram.
Para Betina, a maior
dificuldade no trabalho é aceitar a condição em que o idoso chega ao
residencial, e na visão de Simone, é de encontrar profissionais qualificados e
que gostem de trabalhar com a terceira idade. Já as alegrias e satisfações? São
muitas, segundo as enfermeiras.
Betina frisa que ao
ouvir todos os dias quando chega ao trabalho as seguintes palavras: “Bom dia,
que bom que você veio”, lhe recompensa indescritivelmente. Simone concorda com
a colega e enaltece o idoso: “Eles valorizam o que fizemos para eles, e
tornamo-nos pessoas melhores quando fazemos aos outros o que gostaríamos que
fizessem em todo o mundo”, ressalta.